segunda-feira, 25 de abril de 2016

SURDEZ: Vamos entender o que é, e como lidar?


Tampe seus ouvidos e tente fazer leitura labial e ouvir alguém falando. É exatamente assim que ~NÃO~ se faz pra tentar entender como é ser surdo.


“Uééé mas ser surdo não é ouvir tudo baixinho???? Ou não ouvir nada?”


Não. Nem sempre.


Você se acostumou a vida inteira nesse volume que você escuta. Se hoje sua audição aumentasse ou diminuísse 10dB em todas as frequências, daqui a um ano esse volume seria o seu “normal”. Você não notaria a diferença. Igual quando ficamos muito tempo com óculos de sol, e quando tiramos achamos o ambiente claro demais. Logo, pra mim, o que eu ouço está no volume normal, ou seja, me acostumei desse jeito pois a perda é/foi gradual.


Mas sim, há sons que vocês ouvem e que pra mim, simplesmente não existem.

   

 Como introdução, decibéis (dB) é como se fosse o volume do som, e frequência (Hz) é se o som é  mais grave ou mais agudo.

De modo simples, existe um “volume” de som a partir do qual eu escuto, que é mais ou menos a partir dos 45, 50 dB (varia um pouquinho em cada frequência), sendo que com audição saudável, você já escuta a partir dos 10, 15 dB.

Qualquer som mais baixo que 45 dB pra mim não existe, embora na audiometria indica que uma ou outra frequência eu ouço uns 8 dB a mais (apenas na teoria mesmo haha). Atualização: É porque no exame, dá pra sentir a vibração do headfone, e pela vibração, eu apertava o botão que sinaliza que ouvi.

Quando noto que está um silêncio absoluto, dou uma olhadinha no medidor de decibéis do celular e ele tá sempre acima de 40 dB.

E quando o som está alto, então eu escuto e entendo tudo? Não, infelizmente não. A  descrição mais detalhada que posso fazer pra vocês é que parece que pegaram os sons do ambiente, bateram no liquidificador e  jogaram nos meus ouvidos.

Coloque um filme com o áudio de um idioma que você não entende, e vá aumentando o volume….Ainda não está entendendo o que é dito? Aumente um pouco mais então, talvez assim você entenda…. não? Então...Essa é a minha vida. 


            É assim que acontece comigo, o cérebro recebe os sons, mais por mais altos que sejam, tem vezes que não fazem sentido algum. É viver em uma ligação telefônica com interferência a vida inteira, fazendo um esforço absurdo pra tentar entender o que é dito.
            Os sons chegam até mim, mas sem leitura labial, parece que a pessoa fala outro idioma. Por isso, tudo que peço é que falem sempre de frente pra mim, nada mais alto, pode até falar rápido, só não com a boca muito fechada. A leitura labial e processamento pode deixar comigo ;) 





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